
Pensei em ter amigos
Num segundo já os tinha
Pensei em pássaros
Num segundo os ouvia
Pensei em um grande amor
Di certo não sei se é tão certo
O que vão pensar
Pode querer ir além
Ou querer ficar
Pensou ser fácil e se mostrou um tanto feroz
Um cidadão instigado
Com seus valores julgados por nós
tem que seguir à risca meu bem
tem que seguir à risca meu bem
tornar-se-á impossível com o tempo
seguir riscas de giz
se traçadas no chão e chover,
bem o que você me diz
se pintadas e o tempo insistir
em fazê-las sumir
se imaginária nem vai se lembrar
se um dia alguém a riscou
e se contudo lembrar-se amanhã
pós um destino reverso da tal
ao ver que vestes um traje melhor
terno de risca de giz,
a maldita, a bendita
a linha do tempo não resistiu
caberá à você escolher se vai chorar
ou se prefere sorrir.
no sertão quente e seco, suor é água que te sai salgada,
salobra, sofrida, saudosa tempos atrás.
e tão sua se sentia, sem saber só sorria,
de tao feito destino de seu bem, analú.
ainda um ano faltava, vida nova à capixaba,
agora nordestina seu sonho morar no sul
numa rural velha chegava ze afonso seu único alento,
seu canto bem harmonico. seu noivo, era sargento.
seu sapato, couro de cascavél, rockeiro de almenara,
sertanejo se formou.
sabrina seu segredo, desafeto de analú.
se os três eram ligados de padim siço afilhados.
mas deu que seu distino como algo já escrito
como algo destemido universo a conspirar
rogava a deus menino véspera de cavalgada
pedia ajoelhada analú a ler resenha
duelo na estrada ze afonso e bastião,
desembanhara sua espada noite triste no sertão
alento de sabrina forjara-lhe um embrião
despeito a analú no quando da separação
de terno por outrora, ze afonso sem piscar
tião de bota fora sertão a galopar
acauã cantou sem brilho sem luar sem compaixão
findaram com o trio mais feliz desse sertão
passara-se um ano adeus nordeste e tanta sede
casa decorada elvis presley na parede
sabrina e afonsinho, foram então morar no sul
eram novamente um belo trio
com a madrinha analú.
é meu amor a agonia acabou.
bastou pois fugi de mim mesmo,
do encanto e da magia do amor.
cadê aquela inquietude?
e o frio na barriga arrepia o coração.
fico com a lembraça de teus lábios,
um soneto e um samba canção.
um café, um olhar,
um sorriso e uma certeza:
aquilo foi só ilusão.
ah se tu soubesses como lhe tenho carinho
e amor de um irmão.
mas que pevertido não posso dizer isso,
insesto não teria perdão.
mas e o samba
ficou só no coração,
na lembrança de um amor que acabou
com um singelo aperto de mãos